domingo, 7 de dezembro de 2008

Fordlândia: Uma cidade americana em plena Amazônia



Henry Ford nasceu em 1863 e passou sua juventude toda na zona rural fascinado pela idéia automotiva. O empresário, engenheiro e mentor (TA BOM, JÁ ENTENDI, O CARA ERA FODA) que fez o consumismo americano se tornar não só comum, mas como também uma coisa necessária à vida do americano, dono da maior fábrica do planeta até então, foi responsável por mudanças consideráveis no planeta.
Em meados de 1912, ingleses levaram sementes de seringueiras da Amazônia para Malásia, fazendo um processo quase perfeito de produção de borracha para os pneus da invenção popular mais badalada e desejada da época: o Model T, de Henry Ford.
Com essa transição, a Ford Motor Company não precisava mais comprar o látex do Brasil, decretando o fim do ciclo da borracha (1879-1912), tornando a região Norte miserável e sem utilidade. A partir daí começa nossa história.
Carente de investimentos e necessitando exportar borracha, a região Norte se viu “jogada às traças”, vendo essa situação sócios de Ford convenceram-no a solucionar o problema, “vindo produzir sua matéria prima na Amazônia, lá é o santuário das seringueiras, é só plantar e colher, não tem problema nenhum”, diziam.
Em 1923, após uma inspeção na região, Henry se convenceu. O local escolhido foi uma área de 1 milhão de hectares no estado do Pará, que foi adquirida de graça junto ao governo local para o plantio da seringueira. O pagamento de terras anexas foi feita em dinheiro vivo, nunca os tupiniquins tinham visto tanto dinheiro!!
Ford resolveu gastar US$ 125 mil na época (R$ 2,5 milhões hoje), em pouco tempo, foi como se uma parte de Detroit se transferisse para Amazônia, em dois grandes navios. Foi cerca de um mês de viajem cruzando o Atlântico, com toda estrutura de uma cidade americana à bordo, enquanto isso, caboclos abriam a mata com queimadas para a instalação.
No início tudo foi ótimo. Todos tinham emprego, bons salários, médicos, hospitais, cinema com filmes de segunda à sexta, saneamento básico, água encanada, energia elétrica, enfim tudo de bom que se espera para viver com mínimo de conforto, causando até inveja nas outras regiões do país que nem isso tinham.
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, nem tudo são flores, nem todo pirulito é de morango; o que os inspetores da Ford não observaram era que o relevo da região não era propicio para uma agricultura de seringueiras, os rios transbordavam em suas cheias, deixando a região inavegáveis, e que mosquito é FODA!!! Ainda mais sendo um que transmita MALÁRIA!!! Malária é o cão mlk! deixe o cara todo ferrado! Ainda mais se for um playboyzinho americano que nunca pisou descalço no chão. Imagina a cena desses americanos se coçando todos, correndo dum mosquito! ahushuahushuhau
O sonho foi diminuindo, a empolgação acabando, os investimentos sumindo, os caboclos não se adaptaram às rígidas condições de trabalho da região, gerando revoltas.. Na verdade, essa história toda foi um processo civilizatório americano que não deu certo, tentando transformar o Brasil num american way of life.
Hoje quase 80 anos depois, Fordlândia foi esquecida pelos fundadores, deteriorada pelo tempo e digerida pela vegetação, a cidade que os EUA fincaram na Amazônia e nunca foi visitada por seu principal idealizador não vive mais, é somente o espectro de seu passado.
Mas até que não foi tão ruim, apesar de estar abandonada, algumas estruturas feitas na época ajudam ainda hoje no transporte pelos rios da região. Ainda bem que terminou assim: o sonho consumista do capitalismo americano não tomou conta do território Tupiniquim... graças a, entre outros fatores, uns puta duns mosquito, que são foda mesmo, de vez em quando nem agente agüenta! XD

Nenhum comentário: