O Brasil que o mundo vê

Todos já conhecem a história do filme nacional mais comentado dos últimos tempos, sendo visto por mais de 2,4 milhões de espectadores. Tropa de Elite rendeu 20,3 milhões de reais gerados à partir do surto de pirataria que tomou conta das pessoas antes mesmo do filme ser lançado. Porém o filme de José Padilha não foi muito aceito lá fora. Nos EUA ele foi lançado apenas em uma sala de cinema em Nova York, gerando apenas 3 mil dólares no primeiro fim de semana de apresentação. Pra se ter uma idéia, o filme Cidade de Deus foi lançado na época em 5 salas, com renda de 88 mil dólares no primeiro fim de semana. O jornal The New York Times abriu uma coluna inteira com críticas ao "Elite Square" , como foi chamado lá, dizendo que era um filme sujo, e ruim de assistir. Pode-se provar então que explorar a realidade violenta não é a fórmula certa de conquistar o público, Cidade de Deus foi uma excessão, além de tudo isso, esse tipo de filme faz a fama nacional (que já não é das melhores) ficar muito ruim, afastando turistas que tenham vontade de visitar o Rio. Infelizmente o cinema nacional apresenta poucos filmes badalados, tudo isso porque damos mais valor ao que vem de fora, mas convenhamos: Os efeitos, as histórias e as músicas de qualidade dos filmes internacionais deixam os nacionais no chinelo. Enquanto não se investir pesado para que se possa ao menos comparar com os de fora, os filmes nacionais continuarão a ser criticados. Para se ter uma idéia, vários filmes nacionais tiveram que ter sua estréia adiada por estar no mesmo dia de outros filmes americanos. No dia da estréia de Indiana Jones, Speed Racer e Homem de Ferro, foram 2000 salas de cinema, sendo 400 reservadas pra cada filme desses, e as 400 restantes foram para outros filmes. Por fim, Padilha ainda respondeu aos críticos do New York Times: " Não faço propaganda, faço cinema." O cinema nacional tem futuro? Pra mim, patriotismo à parte, sim.